A Ordinária

“A Ordinária” utiliza o melodrama para contar a história de Cecília, que no dia do casamento do irmão mais novo, Bernardo, recebe a visita da irmã Nelma, que está gravemente doente. As duas acumulam inúmeras desavenças, a maior delas é Ernando, marido de Cecília, alvo incontestável do amor das irmãs.

Afastada durante anos por Cecília, Nelma retorna para cobrar o seu posto na família. A relação fica ainda mais conturbada quando Nelma descobre um diário, escrito pelo irmão, relatando detalhes das traições de Cecília. A partir daí, as personagens lançam mão de inúmeras artimanhas para conseguir o que desejam.

 

A obra foi livremente inspirada no universo rodriguiano e aborda amores partidos, saturados, amores roubados, incondicionais, cegos, amores que chegam até as últimas conseqüências. Além de Nelson Rodrigues, a pesquisa do espetáculo passa pelo cinema, principalmente Douglas Sirk, ícone do melodrama cinematográfico. “O espetáculo é livremente inspirado nas crônicas de Nelson Rodrigues, não encenamos nenhuma. É um compilamento do universo do cronista, e não do dramaturgo. Obviamente que as vezes a obra dele se mistura, todavia a dramaturgia do Nelson, não é o enfoque, portanto “Bonitinha mas Ordinária”, “A Serpente” , “A Mulher Sem Pecado” entre as outras 14 obras dramatúrgicas, não foram o foco da inspiração. O texto é um tratamento original, é uma visita ao Nelson sem copiar seu estilo ou algum texto, inclusive porque seria plágio.